Os últimos dias tem sido de extrema exaustão pra mim. Não sei como tenho conseguido reunir forças para tratar das coisas relacionadas a minha música. Parece que aumenta cada vez mais a quantidade de coisas que temos que realizar diariamente. Registro das músicas, pagamento da hospedagem do site, desenvolvimento da arte da camiseta, projeto gráfico do EP, mixagem e masterização das músicas, ensaios, concepção do cenário do show, desenvolvimento da segunda edição da festa RockPop&Afins! e muitas outras coisas mais. O mercado alternativo está caminhando para a profissionalização e, todos esses detalhes, que antes pareciam exagerados, hoje nada mais são do que a mera organização do meio. Foi-se o tempo do romantismo. A era do empreendedorismo chegou, finalmente, para ficar. Por um lado é bom ! Para aqueles que tem disposição para trabalhar e não ficam apenas sonhando em ganhar milhões de dolares através de contratos com a nossas "queridas" multinacionais, a possibilidade de colocar em prática o famoso lema dos punks "faça você mesmo" foi o que de melhor aconteceu nesses últimos tempos. Isso tudo, é claro, devido a nossa querida internet. Sem ela, ainda estaríamos confeccionando zines de papel para divulgar nossos trabalhos e engatinhando rumo a distribuição de cds.
Bem, nesse período que eu resolvi entrar de cabeça nesse mercado, vi o quanto o despreparo assola a grande maioria que lida com artes. São pessoas que ainda vivem o deslumbre das grandes gravadoras e que amargam a impossibilidade do sucesso. Digo isso, por que o sucesso para essas pessoas quase sempre está relacionado a tocar no Faustão, ter uma super exposição na mídia , ser reconhecido na rua e vender milhões de cópias. Bem, o que eu desejo não é nada disso e sim, formar o meu público, lentamente, lançar meus "discos" e sair por ai com as minhas mini turnês tocando para aqueles que realmente gostam do meu trabalho, não para os modistas de plantão que te esquecem depois de um ano. Há muito tempo, que eu digo que o caminho era a independência por total. Quando estive no escritório do Pierre Aderne ( Panela Music ) lá em Ipanema conversando sobre um possível trabalho em parceria, o mercado já dava os primeiros indícios de independência. Naquela ocasião, os cds bíblicos do Cid Moreira já estvam sendo vendidos aos milhões nas bancas de jornais. Lógico, que a estrutura ainda era precária. A internet ainda não tinha essa força de hoje em dia, não existiam selos estruturados, divulgadores especializados nesse mercado, empresas de distribuição e por ai vai. Hoje a realidade é outra. A estrutura permite uma carreira digna e super bacana ,com turnês ao redor do mundo, que o diga o pessoal do AUTORAMAS, e uma vida artistica longe das cobranças e das ilusões vendidas ao longo de anos pelas grande gravadoras. Por isso mesmo, eu não aceito que me venham falar que as grandes gravadoras possibilitam uma projeção diferente e que a visibilidade, através delas, é maior do que o trabalho realizado de forma independente. No final das contas, o que manda nisso tudo, é a questão financeira que pode, tranquilamente, ser arcada com recursos próprios, como também, através de investidores. A maior prova disso, é a lei de incentivo a cultura que está sendo muito bem utilizada por alguns artitas. Pena que ainda seja pequena a parcela de profissionais que fazem uso desse recurso.
Bem Vindo ao Reino Encantado da Fantasia - "Agora o seu sonho pode ser uma realidade" !!!