segunda-feira, maio 01, 2006

o retorno ...

Dia 22 de dezembro rolou a estréia que eu tanto esperava. Depois de um longo período de inverno, voltei a pisar em um palco e a participar de um show. Tudo que eu senti, foi uma enorme alegria que parecia não ter fim. Em vários momentos, cheguei a pensar que isso não voltaria a acontecer e que, teria que conviver com a música apenas como um espectador. Deixei para trás, toda a frustração que senti com o término do Prima Causa. Os 30 minutos, de duração do show, foram de entrega total. Precisava esquecer tudo, e o fiz. Sepultei o passado e cantei cada nova melodia com o mesmo sentimento de antes. São novos arranjos, novas idéias e sobretudo, um novo formato. Quero, e pretendo, levar adiante o mesmo e velho bom sentido de banda. No entanto, se tiver que sair por ai acompanhado apenas por minha guitarra e um monte de aparelhos eletrônicos, farei com a mesma convicção do passado. Gosto e continuo nutrindo um enorme interesse por trabalhar em grupo, mas, tenho plena consciência das dificuldades que cercam esta escolha. Tudo torna-se simples quando o resultado é algo aparente e imediato, mas, quando envolve dedicação, empenho e paciência a estória muda um pouco de figura. Hoje, lido com esta realidade com um desembaraço tão grande, que as vezes me espanto ao perceber o quanto mudei. Não tenho mais medo de arriscar, nem mesmo, de seguir sozinho por esse novo caminho.

Bem, cheguei cedo o suficiente para beber todas as cervejas que tinha direito e perceber, que isso não ajuda a melhorar o desempenho no palco. Como o meu intuito era realizar um show totalmente desprovido de qualquer tipo de glamour, relaxei e me concentrei apenas nas canções. Pude trocar figurinhas com outros músicos, conversar sobre novos shows e não mais sobre produções. Pude combinar de me apresentar em outras casas e participar de novos projetos. Pude sentir novamente a ansiedade por subir no palco. Pude esperar por um aplauso como qualquer outro músico quando termina uma canção. Pude ter a certeza de que é isso que eu realmente amo na vida. Não estou perocupado em gravar um disco e ficar famoso. Estou perocupado, sim, em colocar para fora todas as minhas idéias, emoções e fazer com que elas cheguem ao maior número de pessoas possíveis. Tenho um prazer enorme em tocar para um grupo de 10 pessoas da mesma forma, que sinto prazer em me apresentar para uma pequena multidão.

Enfim, voltei !!!