sexta-feira, novembro 24, 2006

prefácio - " cem anos de solidão" ...

Cem anos de solidão

Gabriel Garcia Marquez

editora record

prefácio

Um comboio carregado de cadáveres. Uma população inteira que perde a mermória. Mulheres que se trancam por décadas numa casa escura . Homens que arrastam atrás de si um cortejo de borboletas amarelas. São esses alguns dos elementos que compõem o exuberante universo deste romanceno qual se narra a míticahistória da cidade de Macondoe de seus inesquecíveis habitantes.

Lançado em 1967, Cem Anos de Solidão é tido, por consenso,como uma das obras-primas da literatura latino-americana moderna. O livro, logo tornou o colombiano Gabriel Garcia Márquez (1928) uma celebridade mundial; quinze anos depois,em 1982, ele receberia o prêmio Nobel de Literatura.

Aqui o leitor acompanhará as vicissitudes da numerosa descendência da família Buendia ao longo de várias gerações. Todos em luta contra uma realidade truculenta, excessiva, sempre a beira da destruição total. Todos com as paixões a flor da pele. E o "realosmo mágico" de Garcia Márquez não dilui a matéria que trata - no caso, a história brutal e as vezes inacreditável dos povos latino-americanos. Pelo contrário: só a torna mais viva.

minha opinião

Vi algumas entrevistas do Gabriel Garcia Márquez, onde ele menciona que muitas passagens do livro são, na realidade, autobiográficas. Acontecimentos corriqueiros do seu passado, foram, magistralmente, incorporados a história. Situações do seu cotidiano foram transportados para o texto com uma habilidade cirurgica. A narrativa é retratada de uma maneira tão singular que a história parece verídica. Não é difícil de acreditar em todo aquele derrame de informações que explora o livro. Apesar de datado, o texto não soa cansativo aos olhos do leitor. Particularidades a parte, "Cem Anos de Solidão" não rompe com a tradição e, sim, faz dela grande aliada.

Depois de vencida as páginas iniciais, a estória torna-de envolvente. Realmente, um grande livro !!!

quinta-feira, novembro 02, 2006

os dois lados de tudo ...

Tenho feito um esforço ENORME para conseguir resgatar o hábito da leitura. Não que meu desejo não seja este, mas, o cansaço que me assola não tem permitido que a minha vontade seja tamanha. Ainda assim, tenho tentado driblar, com a ginga de um Garrincha, os excessos profissionais. Sei que não devemos nos escravizar, nem fazer dos nossos compromissos uma prisão. No entanto, vamos nos envolvendo de tal forma com as coisas que quando nos damos conta, estamos de pés e mãos atados. Sei que já mudei bastante o meu ritmo de vida, mas, preciso que está mudança seja bem mais significativa. Tracei planos, estabeleci metas e coloquei prazo para que os meus objetivos se confirmem. Pretendo, no próximo ano, me dedicar bem mais a música do que fiz até então. Quero que as minhas atividades culturais sejam mais intensas e que o meu trabalho caminhe por si só. Não quero que ele seja tão dependente assim de mim. Hoje, decidi comprar um novo desafio. O desafio de manter o meu sonho cada vez mais presente e, para isso, preciso ter mais liberdade do que venho tendo. Preciso que o meu trabalho exija menos de mim. Não quero deixar que os valores materiais se tonem mais importantes em minha vida que os meus ideais. Sempre fui um sonhador , e, a essa altura do campeonato, não pretendo deixar de ser, está na minha essência. O dia que isto mudar, talvez eu me torne uma pessoa amarga. Só de pensar nessa possibilidade, sinto calafrios. Não consigo imaginar artistas, românticos ou poetas entregues a comportamentos extremamente racionais. Todos que são dados a emoção, trazem em si, o carinho pela vida. Pelas atitudes desprovidas de interesse. Sofredores são todos aqueles que se privam da emoção e fazem disso uma forma de vida. Lamento profundamente por estes que olham para os opostos com um certo ar de inveja.

Pois bem, vejo ao meu lado as páginas consagradas de Gabriel Garcia Marquez. " Cem anos de solidão" já foi imortalizado pela crítica e frequenta as prateleiras dos mais vendidos. Entregar-me a uma leitura datada, densa e rica em detalhes não é tarefa fácil para quem, além da falta de tempo, é um disperso por natureza. Sempre tive dificuldades em me concentrar. Minha mente assume pensamentos díspares com uma facilidade absurda. Não sou o tipo de pessoa que consegue ler com a televisão ligada. Preciso do silêncio para poder tomar as decisões. Preciso da calmaria para que a leitura venha a me entreter. Por isso, que tanto gosto da solidão das noites. É nela que consigo pensar nas letras que tenho vontade de escrever. Durante a madrugada é que saem as melhores frases, as construções que mais me orgulho e os rascunhos mais interessantes. O resto, são quase sempre devaneios que surgem ao longo do dia, no meio do trânsito ou, num estacionamento qualquer.

Nada como as horas serenas de uma boa madrugada onde a vida repousa sem a pressa dos dias.

navegar é preciso ...

Faz um certo tempo que eu não apareço por aqui, mas, a correria tem sido a tônica dos meus dias. Devido a isso, essa semana peguei-me observando o ritmo de vida de algumas pessoas, analisando seus comportamentos perante a sociedade. É incrível como o trabalho nos consome de uma tal forma que, frequentemente, ficamos em segundo plano e, tudo isso, em função dos vários compromissos que assumimos. Não é difícil encontrar pessoas que "só" fazem trabalhar. Essa sobrecarga se dá, ou por uma necessidade extrema, ou mesmo, pelas "armadilhas" da vida. Conquistar a tão sonhada independência financeira e conseguir realizar sonhos é o desejo de nove em cada dez mortais. Sabemos que alguns vão por vias de acesso nada confiáveis, mas, a grande maioria, - ainda bem - é de trabalhadores honestos e verdadeiros cidadãos. Por isso mesmo, sofrem pra burro como todos nós ! Sofrem pela falta de dinheiro, ou pelo excesso de compromissos. Dediquei-me, um dia desses, a prestar atenção no comportamento do pequeno empresário brasileiro. Escrevo sobre isso com certa propriedade por que estou em contato com esta realidade diariamente. Vejo o enorme número de apelos que surgem por melhorias trabalhistas e condições mais adequadas de trabalho. Sei o quanto são validas essa reenvidicações, no entanto, vale ressaltar o empenho, a dedicação e a força de vontade do pequeno empresariado brasileiro que move mundos e fundos por uma situação mais digna da sua empresa como também, de seus funcionários. É comum encontrarmos associações de empregados que lutam pelos seus direitos com um afinco de dar gosto. Mas, poucos, são aqueles que param para analisar as acões dos pequenos empresários brasileiros. Estes são discriminados, destratados e, muitas vezes, ignorados pelo nosso governo. Justamente, por que esses não financiam campanhas e nem ajudam a caçar votos. O pequeno empresário é aquele que conta o dinheiro para pagar as contas, taxas e impostos no final de cada mês e que, prioriza os compromissos com seus funcionários. O pequeno empresário é aquele que luta com dificuldade, mas, não se cansa de buscar alternativas para driblar a crise, é aquele que aposta em soluções criativas e trabalha até 16 horas por dia para fazer valer o sonho de independência. O pequeno empresário é aqule que atura clientes, fornecedores e funcionários pedindo adiantamento de salário. O pequeno empresário é aquele que gera noventa por cento dos empregos deste país e mesmo assim, se vê sem condições inadequadas de desenvolvimento. O pequeno empresário é pai e mãe de família. Digo isso, por que este profissional, além de líder, é também, o responsável por uma série de vidas. Ele carrega em seus ombros, o peso do sustento familiar, não só dele, como também de várias outras famílias. Pessoas que precisam e dependem desses empregos para colocarem em suas mesas o arroz com feijão de cada dia. O engraçado, é, que pouco se fala e menos ainda se faz por esse profissional.

É triste constatar que, mesmo lutando como um bravo, o empresário brasileiro quase sempre é deixado ao Deus dará. Pena que a nossa realidade seja essa, a do descaso, do abandono e do sofrimento. Pena que vários postos de trabalho não possam ser criados e que o desemprego continue galopante. Ainda bem que nós não deixamos de ter fé !!!